terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre os fragmentos e o que é inteiro

Quando me sentei para escrever pensei em colocar todas aquelas dores pequenininhas que de tanto se agruparem se tornam um temporal; mas o clima está tão seco lá fora, não há ares de temporais, e, aquele motivo que paralisou os dedos no teclado é o mais simples e fiel: eu não sou assim. Não sou amarguras, não quero ser montada por fragmentos cinzas-escuro.

Eu sou aquela amiga que vai até o fim, que perde o sono para velar os anseios que não tiveram voz. Sou aquela namorada que está pronta para encarar qualquer desafio, que é doce, mas que gosta da vida com emoções. Eu não sei ser pela metade com ninguém, e se eu for assim com você, saiba: o medo está à solta, venha me cativar. Eu não gosto de trabalhos mal feitos, embora faça todos aqueles mal pagos e não pagos. Gosto dos detalhes, de avessos, de risos incontidos e de corredeiras de lágrimas. Sou uma irmã sincera, que pode ver o mundo cair, mas jamais meus irmãos sofrendo. Sou uma filha rebelde, cheia de vontades e de desafios, mas não vivo sem o que me deu vida. Sou a prima para qualquer obra, sou a tia que vai jogar bola e quer desvendar o mundo nas vontades dos meus meninos. Sou a professora que pretende ser lembrada e que vai pegar um pouco no pé; e sou a estudante petulante que vai perguntar até a cor do fio de cabelo de quem escreveu todas aquelas maravilhas.

Por isso tudo e um pouco mais ( porque sempre há aquilo que deve ficar subentendido – assim o gosto da surpresa paralisa os lábios) hoje não escrevo fragmentos de mágoas: eu sonho com a plenitude da alegria.

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